Diretor: Andy Serkis

Roteiro: Kelly Marcel

Elenco: Tom Hardy, Woody Harrelson, Michelle Williams, Naomie Harris, Reid Scott, Stephen Graham, Peggy Lu, Sian Webber, Michelle Greenidge, Rob Bowen, Laurence Spellman, Little Simz, Jack Bandeira, Olumide Olorunfemi, Scroobius Pip, Amrou Al-Kadhi, Beau Sargent, Brian Copeland, Stewart Alexander, Sean Delaney, Ed Kear, Emma Lau, Louis J. Rhone, Christopher Godwin, Tiffanie Thomas, Rocky Capella, Sam Robinson, Greg Lockett, Sonny Ashbourne Serkis, Otis Winston, Vaughn Johseph, Kristen Simoes, Miguel Arreguin, Reece Shearsmith, Rosie Marcel, Jamal Ajala, Larry Olubamiwo, Jose Palma

Duração/Classificação: 97 minutos / 14 anos

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Continuação do (inesperado) sucesso de bilheteria de 2018, Venom: Tempo de Carnificina é um filme único e sintomático, principalmente por se tratar de um lançamento na retomada da volta às salas de cinema durante o período pandêmico que ainda estamos vivenciando. Apesar do primeiro filme não ser dos melhores, o diretor Ruben Fleischer (Zumbilândia) soube contar uma história que mesmo beirando o ridículo, ainda conseguia extrair algum sorriso deste espectador que vos fala, mas somente tive esta constatação após assistir esta continuação – dirigida por Andy Serkis (Planeta dos Macacos: A Guerra).

Digo isso, pois este filme conseguiu fazer o impossível comigo enquanto o assistia, que foi não expressar uma emoção positiva sequer em relação ao que me era transmitido. O filme é tão vazio que nem parece estar sendo dirigido por alguém, é a pasteurização no seu ápice, Serkis – que dirige seu terceiro longa metragem, não traz nada de novo ou interessante à narrativa do roteiro escrito por Kelly Marcel (Cinquenta Tons de Cinza) a partir de um argumento de Tom Hardy (retornando ao papel de Eddie Brock, alter-ego do anti-herói do título).

Juro que tentei encontrar algo de interessante na trama do filme, mas nada nele soa genuíno ou orgânico, a relação entre Brock e o simbionte, que mira Dr. Jekyll & Mr. Hyde acerta uma versão pastelão genérica e sem inspiração de Débi & Lóide. Com um elenco talentoso, é incompreensível entender como nada neste filme funciona, pois temos Woody Harrelson (Zumbilândia), Naomie Harris (007: Operação Skyfall) e Michelle Williams (Ilha do Medo) que não conseguem transmitir um pingo de carisma, deixando evidente que nem eles estavam acreditando no que estavam fazendo (ou que também precisam pagar as contas), pois não há justificativa sã desse filme existir.

Triste ver que Venom: Tempo de Carnificina somente existe por conta do baixo critério que o público de hoje tem, já que pouco se preocupa com histórias bem contadas, personagens carismáticos ou narrativas orgânicas e de ritmo cadenciado, preferindo aquilo que os faça pensar menos e consumir mais, resultando num produto pasteurizado e de rápido consumo, algo que se intensificou nesta pandemia, com o aumento do consumo de serviços de streaming que também possibilitou o público de assistir tudo desta forma, como um fast food.

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P.S.: Há uma cena pós crédito Mandrake que muitos estão dizendo ser o ápice do filme que com certeza vai ser uma deixa para o fechamento da trilogia.