Diretor: David Victori

Roteiro: Jordi Vallejo, David Victori e Clara Viola

Elenco: Mario Casas, Milena Smit, Elisabeth Larena, Fernando Valdivielso, Javier Mula, Aleix Muñoz, Andreu Kreutzer, Oscar Pérez, Xavi Siles, Miguel Ángel González, Xavi Sáez, Víctor Solé, Paco Trenzano, Laura Weissmahr, Aysha Daraaui, Chap Rodríguez, Sara Ditera, Eric Balbàs, Maria Hernández, Esther Cuspinera, Pau Ferran, Xavier Tor, Encarna Angulo, Lydia Caballo, Elena Garcia, Mar Hidalgo, Laia Cuadrado, Eduardo Telletxea, Santi Monreal, Joaquín Caserza, Miquel Bordoy, Aina Quiñones, Mar Alsius, Carlus Fábrega, Patricia Peñalver

Duração/Classificação: 96 minutos / 14 anos

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Dani (Mario Casas) é um jovem que dedicou grande parte da sua vida para cuidar do pai doente, quando o pai se vai ele fica sem rumo. Decidida a ver o irmão feliz Laura (Elisabeth Larena) decide lhe dar de presente uma viagem dos sonhos, porém naquela mesma noite ele se envolve com Mila (Milena Smit) uma mulher misteriosa, que o leva para uma noite que com certeza ele jamais irá esquecer.

Com esta premissa, o espanhol No Matarás nos leva junto com Dani numa odisseia pela noite da cidade de Barcelona, percebemos que ele é um jovem inseguro e indeciso, pois nunca fugiu da rotina que tinha quando cuidava de seu pai doente e a transformação que o personagem sofre no decorrer da trama me fez lembrar da minissérie da HBO, The Night Of – estrelada por Riz Ahmed, quem também assistiu poderá encontrar paralelos com as circunstâncias pelas quais ambos os personagens são acometidos, o que os transforma para sempre, a diferença entre elas é que uma tem 8 episódios para trabalhar toda esta transformação e a outra pouco mais de 90 minutos.

Para não estragar a sua experiência tentarei não dar muitas informações sobre o filme. Para evitar tudo o que acontece consigo, bastaria uma resposta negativa de Dani à proposta que tivera, porém será que ele amadureceria e seguiria sendo a mesma pessoa indecisa se não tivesse passado por este turbilhão de eventos pelo qual passou ao dizer sim? É impressionante como o roteiro escrito a três mãos (além do diretor David Vitori, Jordi Vallejo e Clara Viola assinam o roteiro), nos mantém grudados e apreensivos quanto aos eventos que vão ocorrendo minuto a minuto, pois a imprevisibilidade deles tornam a experiência fílmica prazerosa e instigante.

E o que falar da ambiguidade que é entregue no clímax do filme, que deixa aberta para nós a interpretação da sua conclusão? Quando toda aquela odisseia termina e o personagem (e nós espectadores também) está cansado de todas as coisas pelas quais passou e ao se ver no espelho finaliza olhando para nós, num misto de alívio e desespero. A partir dali entendemos o sentimento dele e como o título do filme (que é o sexto mandamento bíblico) faz todo o sentido.

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