Diretor: Daniell Abrew
Roteiro: Daniell Abrew
Elenco: Daniell Abrew, Camilo Vidal, Karine Ogunté, Natane Barbosa, Ipiranga Neto, Adeilton Silva, Dinho Farias, Will Lima, Cristiano Sorriso, Raimundo Nonato, Gabriel Uchôa, PPjoel Ventura, Lara Matos, Amanda Katiele, Jéssica Alves,
Jonas Luis da Silva
Duração/Classificação: 88 minutos / 16 anos
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Conforme dito pelos produtores, Como Vivem os Bravos é um Nordestern, e nele acompanhamos a inusitada aliança entre um ex-soldado da polícia de nome Mumbaca (Daniell Abrew) e o cangaceiro Alfinete (Camilo Vidal), para confrontar uma espiral de situações de bandoleiros que buscam vingança.
Segunda parte de uma trilogia (o primeiro se chama Onde Nascem os Bravos), o diretor tenta inovar a estética do seu filme, não colocando diálogos nele – apesar de ter trilha sonora e som, o que até certo ponto do filme é coerente, tendo em vista a origem de um dos personagens (que tem a língua cortada) o que causa um estranhamento inicial. Porém, conforme o tempo vai passando começa a ficar cansativo e incômodo demais acompanhar a jornada dos personagens, que usam acenos, sorrisos e grunhidos para estabelecer a comunicação entre si.
Compreendo as dificuldades e limitações de fazer cinema no Brasil – principalmente nos tempos em que estamos vivenciando, mas os problemas narrativos que o filme tem me incomodaram bastante, especificamente os takes longos e desnecessários, não sei se foi feito apenas para completar a metragem de longa ou se simplesmente não quiseram tirar ou diminuir na sala de edição.
Nas cenas de ação é bastante perceptível o problema de mise-en-scène e a falta de coerência narrativa, principalmente na cena do tiroteio noturno na casa de Alfinete e a do clímax no terceiro ato, que são completamente incompreensíveis e difíceis de entender. Em alguns momentos o filme aparenta ser um projeto amador de um estudante de Cinema, noutros tem apuro estético em sua fotografia, é uma bipolaridade assombrosa que é levada até a sua conclusão.
Creio que a maioria dos problemas citados sejam por algumas limitações técnicas, mas não é por isso que justifica-se tais erros chegarem num corte final de um filme, não fosse isso tudo o resultado com certeza poderia ser um pouco melhor.
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*Filme originalmente assistido no Cinefantasy 11 na plataforma Belas Artes À La Carte*
Falando de achismos aqui, como essa crítica se desenvolveu (muito ruim, diga-se de passagem), adorei o filme. Corrigindo o Felipe de Jesus, o primeiro filme se chama Onde Nascem os Bravos, e todos da trilogia não tem diálogos. Não acho que o Daniell tentou inovar a estética do filme, caramba, é muito claro que é muito inovador fazer três longas sem ninguém dizer uma palavra. FJ, na boa, cara, acho que você precisa, além de assistir o primeiro (e colocar o título certo), ficar mais atento aos detalhes estilísticos que o filme quis apresentar e, mesmo que seja cansativo pra você, vê-lo mais vezes pra entender o que não precisa ficar mastigadinho ali – ao menos pra aqueles que se dizem cinéfilos. E estudar mais é sempre bom.
Cara Larissa, boa tarde. Obrigado pela correção em relação ao nome do primeiro filme nas duas vezes em que pontuou, está feito. Concordo contigo que no quesito realização de uma trilogia sem diálogos, é bastante ousado da parte do diretor (inovador não), quem sabe eu confira novamente, mas creio que o contexto do filme não precisa ser compreendido assistindo ao primeiro, já que a proposta está bem explícita neste. O meu texto não ter chegado ao encontro do seu ponto de vista, não quer dizer que não entendi, mas apenas que você apreciou o filme mais do que eu e tudo bem em relação a isso. Mais uma vez, obrigado pelo seu comentário e siga apreciando o nosso trabalho por estas bandas.