Diretor: Olivier Assayas

Roteiro: Olivier Assayas

Elenco: Penélope Cruz, Edgar Ramirez, Gael García Bernal, Ana de Armas, Wagner Moura, Leonardo Sbaraglia, Nolan Guerra Fernandez, Osdeymi Pastrana Miranda, Tony Plana, Julian Flynn, Anel Perdomo, Amada Morado, Leandro Caceres, Harlys Becerra, Richard Bojorquez, Gisela Chipe, Brannon Cross, Julio Gabay, Patricia Gonzalez Ciuffardi, Eric Goode, Steve Howard, Casandra Lungu, Adria Carey Perez, Ruairi Rhodes, Yailene Sierra, Johanna Sol, Michael Strelow, Stephen W. Tenner, Michael Vitovich, Juan Ángel

Duração/Classificação: 127 minutos / 14 anos

Adaptação do livro Os Últimos Soldados da Guerra Fria do autor brasileiro Fernando Morais e baseado em fatos, Wasp Network: Rede de Espiões conta a história de cinco agentes cubanos que trabalharam infiltrados nos EUA para prevenir Cuba de ataques terroristas anticastristas (insurgentes contra o governo de Fidel Castro). O filme estreou ano passado no Festival de Veneza, mas por aqui chegou somente agora, no último mês, no serviço de streaming Netflix.

Dirigido por Olivier Assayas (Carlos: O Chacal, Personal Shopper), parecia ser mais um daqueles que mostra o comunismo como o monstro do mal e quem se opõe à ele como o bem supremo – aqui representados pelos anticastristas que “buscavam o bem maior” para o país. Mas na sua segunda metade em vez de nos dar pistas da duplicidade que seus personagens principais exerciam na narrativa, o roteiro simplesmente nos explica detalhe por detalhe o que cada um deles fazia, com um didatismo que trata o espectador como burro.

Apesar de um elenco diversificado e bastante competente, o roteiro não ajuda em nada e o tom do filme assemelha-se a uma novela de TV, na maneira com que a narrativa se apresenta. Nada do que é visto ali lembra uma obra cinematográfica, senão seus atores e atrizes. Mais uma vez vemos Edgar Ramirez em cena e, diferente do que vimos em The Last Days of American Crime, o ator desempenha o que pode com o roteiro que lhe foi dado – talvez por já ter trabalhado com o diretor ele tenha sabido como fazê-lo. Os demais personagens e atores só brilham com seus nomes, Penélope Cruz pouco faz com o tempo de tela que tem, bem como Gael García Bernal e Ana de Armas que têm seus personagens pouco desenvolvidos e são limitados a menos de 15 minutos em cena. Por fim, ver um ator brasileiro como o Wagner Moura trilhando um caminho internacional é muito bom, mas é uma pena que seja desperdiçado num papel tão raso.

No fim das contas, é mais um filme produzido pela gigante dos streamings que fica devendo um produto satisfatório, mesmo com um elenco conhecido e competente não foi capaz de entregar um resultado final satisfatório.